Com a presença do governador Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), a prefeitura de Pelotas assinou nesta terça-feira (6) no Paço Municipal o contrato de pavimentação da Estrada do Engenho e demais trechos por meio do programa Pavimenta RS, do governo do Estado do Rio Grande do Sul. No valor de R$ 8,5 milhões, o contrato que abrange 4,5 quilômetros da via será executado pela empresa SBS Engenharia e Construções Ltda.

Com os valores aportados através do Pavimenta RS e contrapartida de cerca de R$ 3,7 milhões do município, o projeto prevê a pavimentação em concreto da Estrada do Engenho, da Estrada Passo dos Negros e um trecho da rua Gomes Carneiro, contemplando também meio-fio, drenagem, ciclofaixa, sinalização horizontal e vertical e iluminação em led entre a rua Manduca Rodrigues e a avenida Ferreira Viana.

Dividido em quatro trechos, o serviço irá qualificar parte da área às margens do canal São Gonçalo, bem como conectará a avenida Ferreira Viana com o Porto e, consequentemente, com a saída de Pelotas via BR-471, sem a necessidade do deslocamento pelo Centro. "É uma sacada especial porque além de conectar Pelotas às suas origens, às águas no seu entorno, também vai permitir que quem vem do Uruguai e de Rio Grande para o sul de Pelotas acesse a Praia do Laranjal. É um caminho alternativo que diminui o trajeto", afirma a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

O prazo de conclusão da obra é de dez meses. De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Roberto Ramalho, a ordem de serviço já foi dada à SBS Engenharia e a empresa tem dez dias úteis para iniciar o serviço.

Ocupação
Durante o evento de assinatura do contrato, a prefeita citou o convênio entre o Executivo e o Ministério Público, além do recurso do Programa Avançar na Habitação, para a realocação dos moradores da Estrada do Engenho que estão residindo irregularmente no local. Isso porque o espaço onde as casas estão localizadas, à beira do canal São Gonçalo, é proibido devido a ser classificado como área de preservação permanente (APP).

Denominado como Loteamento da Estrada do Engenho, serão construídas 58 residências para alocar os moradores, segundo informações da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. Dentre essas, a primeira etapa, que deverá ser concluída em janeiro de 2023, conta com 22 unidades habitacionais viabilizadas por meio de verba da prefeitura e do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados do Ministério Público do RS.

Já na segunda etapa, serão construídas mais 36 casas, quando os recursos do Programa Avançar na Habitação forem liberados, contando também com a contrapartida de 30% do município.

O que pensam os moradores
Recicladora e moradora da Estrada do Engenho, Michele da Silva se mostra otimista com a perspectiva de pavimentação da estrada. Segundo ela, a principal vantagem deve ser o fim dos problemas causados pela chuva. "Quando chove não há condições para circular por causa de tantos buracos. Asfaltando vai ficar ótimo." Apesar disso, diz não acreditar na realização da obra enquanto os moradores estiverem lá. "Eles só vão asfaltar mesmo quando tirar a gente daqui. Não vão querer beneficiar os pobres e sim o pessoal dos veleiros que ficam ali. Há 13 anos que estão para retirar o pessoal daqui. De quatro em quatro anos, em época de eleição, eles aparecem", reclama.

Já o charreteiro Luís Goularte mostra preocupação com a segurança da via qualificada, lembrando da necessidade de sinalização, já que as crianças moradoras do local têm o costume de brincar na rua. Mas também prevê melhoria àqueles que trabalham com charretes, já que os buracos causam diversos danos aos veículos. "Quebra rolamento, causa vários prejuízos", diz, na expectativa da obra.